Bunge pode fechar unidades no Brasil
Na divulgação dos números, o representante da companhia disse que, além dos problemas com a questão cambial, a redução do plantio de milho e algodão no Brasil afetou as vendas de adubos no País, seu principal mercado.
Mais tarde, na entrevista, Weisser se disse otimista em relação à recuperação do setor de fertilizantes em 2010, na medida em que a Bunge recomponha estoques ao custo de mercado e registre recuperação na demanda brasileira.
O presidente da Bunge também afirmou que continua confiante de que o aumento na demanda por alimentos vai puxar o segmento de agribusiness da companhia, embora a desvalorização do dólar em relação ao real e ao euro seja um fator preocupante. "Apesar da crise (econômica), nada mudou", disse. "Precisaremos de mais alimentos."
Weisser e outros executivos do setor agrícola se mantêm otimistas a respeito do aumento na demanda por alimentos no longo prazo por causa de fatores demográficos, apesar de os investidores estarem vendendo agressivamente os papéis do setor desde o estouro da bolha das commodities, em 2008.
Weisser observou que os preços historicamente altos de alguns produtos agrícolas apontam para a necessidade de aumentar a oferta. A demanda por carne e lácteos nos mercados em desenvolvimento continua a aumentar, apesar de quedas nos Estados Unidos e na Europa, ponderou.
A Bunge é uma das maiores processadoras mundiais de grãos e outros produtos agrícolas e também atua no setor de fertilizantes. Ontem, a companhia informou uma queda de 1% no lucro do terceiro trimestre fiscal, para US$ 232 milhões, resultado creditado ao desempenho ruim do setor de adubos. Como outros produtores desse insumo, a Bunge tinha estoques altos quando os preços despencaram em 2008. A esperada recuperação no segundo semestre não ocorreu.
Por causa disso, a Bunge mais uma vez reduziu sua previsão de resultados para 2009. Agora, a companhia espera lucro anual de US$ 3,10 a US$ 3,50 por ação, ante intervalo entre US$ 4,90 e US$ 5,40 por ação previsto em abril.