terça-feira, 11 de setembro de 2012

Vale é punida por Justiça na Suíça

De http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,vale-e--punida--por-justica-na-suica-,925595,0.htm


Vale é punida por Justiça na Suíça

Tribunal rejeita apelo contra multa de US$ 233 milhões por repatriação de lucros


04 de setembro de 2012 | 3h 09


JAMIL CHADE, GENEBRA - O Estado de S.Paulo
A Vale foi derrotada ontem no Tribunal Federal da Suíça. A Justiça daquele país rejeitou um recurso da empresa, que em março foi multada em valor equivalente a US$ 233 milhões por ser acusada de repatriar lucros de suas atividades internacionais para a Suíça, justamente onde se beneficia de uma exoneração fiscal. Agora, a Justiça Suíça tem caminho livre para reduzir os benefícios fiscais dados à empresa e exigir o pagamento da multa pelo desrespeitado ao acordo fiscal com o país.
A Vale informou, por escrito, que "a decisão não é final, não trata do mérito e não tem, portanto, qualquer consequência imediata", acrescentando que não comenta "processos em andamento".
A empresa é acusada de repatriar de forma irregular lucros de todas suas atividades pelo mundo para a Suíça, justamente onde se beneficiava de uma exoneração fiscal que agora está sendo questionada. Graças a manobras fiscais e seu escritório na Suíça, autoridades suspeitam que a Vale deixou de pagar US$ 3 bilhões em impostos desde 2006.
Um processo havia sido aberto pelas autoridades federais suíças para modificar de forma substancial a exoneração fiscal que a Vale havia recebido em 2006, quando abriu seu escritório na região de Vaud. Na época, a brasileira indicou que o usaria como sua sede europeia. Naquele ano, a Vale previa lucros de US$ 35 milhões e criaria empregos na região. Entre 2006 e 2011, pagou menos de US$ 300 milhões em impostos graças ao convênio.
Mas cálculos do governo mostraram que a empresa acabou repatriando para os bancos suíços todo lucro de suas atividades internacionais, no valor de mais de US$ 5 bilhões ao ano, ferindo os compromissos e se beneficiando da exoneração de taxas.
De acordo com a investigação das autoridades, a Vale passou a registrar também em Vaud suas filiais que estavam espalhadas por vários países, principalmente as que estavam em centros offshore (paraísos fiscais). Segundo a Junta Comercial de Vaud, depois da instalação da Vale International na região, outras sete empresas se incorporaram à companhia brasileira, entre elas a Itabira Rio Doce Company e a RDIF Overseas Limited.
As duas empresas, antes de serem transferidas a Vaud, tinham sede em Nassau, nas Bahamas. Outras que se incorporaram à Vale International foram a CVRD Overseas Ltd e a SRV Reinsurance Company SA , ambas de Georgetown nas Ilhas Cayman. De Bermudas vieram a Brasamerican Ltd e CMM Overseas SA.
Revisão. O governo suíço levou o caso aos tribunais, exigindo revisão do tratamento dado à Vale, como uma punição por não ter respeitado os acordos. A administração federal considerou, há cinco meses, que a Vale não cumpriu sua palavra e, como punição, quase dobrou a cobrança relativa aos lucros entre 2006 e 2009. Para completar, a isenção foi reduzida de 80% para 60%.
Na época, a mineradora decidiu apelar, alegando que não havia violado acordos e tentando barrar o processo de revisão.
"Por enquanto, tratamos da questão de procedimento", disse o chefe da Administração de Impostos de Vaud, Philippe Maillard. "Agora que o Tribunal Federal se pronunciou, vamos continuar para definir a questão de fundo", completou.
A empresa chegou a justificar para parte da imprensa que a briga era uma disputa política entre partidos da região de Vaud, onde tem seu escritório. Mas documentos obtidos pelo Estado mostram que o assunto já estava no radar do Departamento de Finanças da Suíça. Ontem, o Tribunal também obrigou a empresa a pagar US$ 66 mil em custos do processo
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terça-feira, 6 de março de 2012

Anitápolis que se cuide, pois "Para a Vale, vale tudo"!

Vejam artigo da Revista Fórum:

Para a Vale, vale tudo

Origem ilegal, danos ecológicos e humanos irreversíveis, manobras de evasão fiscal no Brasil, escândalos atuais na Suíça: uma cadeia de fatos e políticas anti-sociais e anti-éticas sem fim.

Por Sergio Ferrari e Beat Tuto Wehrle [06.03.2012 09h27]
Tradução de Idelber Avelar
A segunda mineradora do mundo em apuros. Evade impostos no Brasil e também não paga nada em sua sede central
O escândalo explodiu nos últimos dias mas está só começando. Diversos meios de comunicação helvéticos denunciaram, no fim de fevereiro, a gigantesca mineradora brasileira Vale que, escapando do fisco de seu país, instalou em 2007 sua sede mundial em Saint-Prex, no cantão suíço de Vaud, para aproveitar as prerrogativas locais. Primeira constatação: há cinco anos a Vale conseguiu livrar-se de toda obrigação impositiva. Segunda: a Vale deve ao Estado brasileiro cifras milionárias por impostos não pagos. Terceira: estas novas denúncias reconfirmam o voto da sociedade civil planetária que, em janeiro passado, concedeu à Vale o prêmio “Public Eye Awards” como pior empresa do mundo.
Original aqui. Foto daqui.

Tags:Amazônia  Ambientalismo  Vale  Mineração  Belo Monte  

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Colômbia: Protesto contra a Vale deixa um morto e feridos

Que tal?


Fonte original: http://global.org.br/programas/protesto-contra-a-vale-deixa-um-morto-e-varios-feridos-na-colombia/



Protesto contra a Vale deixa um morto e vários feridos na Colômbia

Por racismoambiental, 17/02/2012 14:15

Uma manifestação contra a Vale que começou nesta terça, 14, na cidade de La Loma, no departamento de Cesar, na Colômbia, já contabiliza um policial morto, vários feridos e casas e carros incendiados. A dificuldade em se avançar nas negociações sobre o reassentamento de três comunidades foi o estopim para a crise. Os moradores têm sofrido com a contaminação gerada pela mineradora, muitos estão doentes, e exigem que a negociação seja feita diretamente com a empresa, não apenas por intermédio do governo.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mortes na Pior Empresa do Mundo...

(de http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1041560-acidente-mata-dois-na-vale-do-canada.shtml)

31/01/2012 - 09h00

Acidente mata dois na Vale do Canadá


DO RIO
Um acidente em uma mina da Vale, no Canadá, terminou com a morte de dois trabalhadores da companhia e resultou no fechamento da unidade, que paralisou a produção de níquel.
Ontem, um deslizamento na parte subterrânea da mina causou a morte dos trabalhadores e impossibilitou a continuação dos trabalhos no local.
No Brasil, a Vale tem pouca experiência em minas subterrâneas. Opera apenas uma de potássio, em Sergipe.
A mina pertencia à Inco, comprada pela Vale em 2006. A unidade, batizada de Stobie, fica na cidade de Sudbury, a cerca de 380 quilômetros de Toronto.
Em nota, a Vale informou que paralisou a mina logo após o acidente. Não há previsão para a retomada da extração de níquel no local. O deslizamento ocorreu a uma profundidade de cerca de mil metros.
A Vale afirmou ainda que enviou equipes de resgate à mina. Para agências de notícias, Jon Treen, gerente da Vale em Ontário, disse que o acidente provocou "uma perda devastadora" e que "os pensamentos e orações vão às famílias, amigos e companheiros desses empregados".
Segundo a Vale, o acidente está sendo investigado pela Polícia de Sudbury e pelo Ministério do Trabalho de Ontário.
A Vale coleciona um histórico de problemas em Sudbury, polo produtor de níquel no Canadá. Após a compra da Inco, a companhia enfrentou uma greve que durou um ano e meio em uma das minas da região. Isso derrubou a produção de níquel e afetou a rentabilidade da operação canadense da mineradora.
Procurada no Brasil para comentar o acidente, a Vale orientou a reportagem a fazer contato com a assessoria de imprensa da mineradora no Canadá, que não respondeu aos pedidos de entrevista até a conclusão desta edição.
Com agências de notícias.

A Vale, os miseráveis e a mídia, artigo de Rogério Almeida


Publicado em janeiro 31, 2012 por 

Fiquei chafurdando na rede a procura de alguma matéria especial sobre o premio “Oscar da Vergonha” conferido a empresa Vale, no derradeiro dia 27, em Davos pela Publics Eye Awards, prêmio organizado anualmente pelas organizações internacionais Greenpeace, da e Declaração de Berna. A edição de domingo é considerada o filé mignon dos diários. Não encontrei nada nos grandes jornais, e menos ainda nos impressos locais.

Leia a íntegra do artigo no site 



Justiça nos Trilhos – quem é o Davi que colocou a Vale como a pior empresa do mundo?



Entrevista do padre Dário Bossi, um dos coordenadores da rede
Por: Rogerio Almeida
A Vale acaba de ser eleita a pior empresa do mundo pelo ‘Public Eye Award’, que reúne o Greenpeace e a Declaração de Berna, que elegem desde 2000 a corporação que viola os direitos humanos e não respeita o meio ambiente...


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Vale perde disputa tributária de R$ 9,8 bilhões

Vai ter que pagar!


Vale perde disputa tributária de R$ 9,8 bilhões



DE SÃO PAULO
Atualizado às 11h00.
A Vale informou nesta quinta-feira ter recebido decisões desfavoráveis na esfera administrativa de processos tributários que somam R$ 9,8 bilhões.
As decisões referem-se ao pagamento de imposto de renda sobre lucros no exterior e preveem ainda acréscimo de juros e multa.
A empresa afirmou que vai recorrer da decisão em instâncias administrativas e judiciais para suspender a cobrança até o julgamento do mérito.
Em novembro do ano passado, a Vale já havia sofrido uma derrota similar na Justiça com relação à cobrança de tributos sobre lucros no exterior.
Ao julgar um mandado de segurança impetrado pela Vale, o Tribunal Regional Federal da 2º Região manteve a cobrança de IRPJ (Imposto de Renda Pessoa Jurídica) e CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) incidentes sobre o lucro de empresas brasileiras no exterior.
A Procuradoria da Fazenda Nacional estimou, na época, que o valor do débito da empresa com a União poderia chegar a R$ 25 bilhões.

(de http://www1.folha.uol.com.br/mercado/1039717-vale-perde-disputa-tributaria-de-r-98-bilhoes.shtml)

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Vale conclui aquisição de ações da Vale Fertilizantes



Vale conclui aquisição de ações da Vale Fertilizantes

24 de janeiro de 2012 | 13h 32

A Vale concluiu o resgate de 5.314.386 de ações de minoritários remanescentes em circulação, entre ordinárias e preferenciais, que representavam 0,94 por cento do total das ações da Vale Fertilizantes, informou a companhia em comunicado ao mercado nesta terça-feira.
Desta forma, a Vale passará a deter, através de controladas, 100 por cento do total de ações ordinárias e preferenciais da Vale Fertilizantes.
"A conclusão da aquisição da Vale Fertilizantes está em linha com a estratégia de transformação da Vale num dos líderes globais na indústria de fertilizantes", disse a companhia.
De acordo com o documento, o valor da ação para o resgate ficou em 25 reais, acrescido de juros calculados com base na taxa Selic, contados da data de liquidação da OPA, em 15 de dezembro de 2011. A data prevista para o pagamento será 26 de janeiro.
A mineradora Vale concluiu a oferta pública para aquisição de ações da Vale Fertilizantes em 12 de dezembro, por 2,078 bilhões de reais, como parte do cancelamento do registro de companhia aberta.
Na ocasião, a maior produtora de minério de ferro do mundo havia comprado o equivalente a 83,9 por cento das ações ordinárias e 0,1 por cento das preferenciais em circulação.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Como a Vale prejudica o meio-ambiente e as populações ao redor do mundo...


Impactos de operações da Vale no Brasil e no Mundo

Veja a seguir um resumo de alguns dos impactos sociais, ambientais, trabalhistas e sobre populações tradicionais de vários empreendimentos da Vale no Brasil e no Mundo
Publicado em 08 de janeiro de 2012 
Por Xingu Vivo
Impactos Ambientais
Entraves ambientais
A Vale tem hoje uma carteira de 37 projetos de investimento com entraves ambientais
Mineração no interior de Unidades de Conservação
A Vale tem três projetos de mineração dentro de Florestas Nacionais (Flonas, Unidades de Conservação que deveriam ser protegidas): o principal, em termos de investimento (US$ 8 bilhões), Carajás Serra Sul, está dentro da Floresta Nacional de Carajás, no PA, onde a Vale quer explorar 90 milhões ton/ano de minério de ferro. O projeto Serra Norte, também dentro da Flona, explora cerca de 100 milhões de toneladas/ano. Já o projeto Salobo está dentro daFloresta Nacional Tapirapé-Aquiri, no extremo oeste de Marabá, também no Pará, atingindo: 1. As nascentes do igarapé Salobo e toda a porção superior de sua bacia de drenagem onde serão implantados a barragem e o reservatório de acumulação de água e a baragem de contenção de finos. 2. O divisor de águas constituído pelo platô delimitado entre as cotas 300 e 400 m e que separa a bacia do igarapé Salobo do rio cinzento. Neste divisor serão implantados a usina de beneficiamento e todo o complexo de apoio a mina. 3. A encosta voltada para a bacia do rio Cinzento, onde serão implantadas a barragem de rejeito e a respectiva barragem de contenção. Os principais impactos já sentidos são: Poluição dos igarapés Cinzento e Salobo, e do rio Itacaiunas, principal micro bacia da região; aterramento de nascentes de água no local da instalação dos acampamentos das empresas;  represamento de igarapés com a construção de estradas; desmatamento e derrubadas de 300 castanheiras por onde passa a estrada para a mina do projeto, na área da Floresta Nacional do Tapirapé-Aquiri.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Vale concorre a título "Pior empresa do mundo"...

...para o meio ambiente...

Do Twitter:


 Telma Monteiro 
Lembre que a Vale participa do consórcio Belo Monte. Eu já votei na Vale como a pior empresa do mundo de 2012 no link 
 Telma Monteiro 
Nova campanha para eleger a pior empresa do mundo de 2012. A Vale é a concorrente brasileira. Vamos votar no link 

Problemas com a Vale...


Três nações e o mesmo problema: a Vale

Moçambicanos, brasileiros e canadenses se reúnem para discutir impactos 
 04/01/2011
Márcio Zonta
de Açailândia (MA) 

Trem de passageiros que faz o trajeto da
Estrada de Ferro de Carajás - Foto: divulgação
Enquanto os impactos da mineradora Vale espalham-se, trabalhadores canadenses, moçambicanos e brasileiros reúnem-se para enfrentar as ações predatórias da transnacional nos três países.        
A comitiva que contava com cerca de 30 pessoas, entre sindicalistas, membros de movimentos sociais e políticos das três nações iniciaram as reuniões em Guararema, interior de São Paulo, na Escola Nacional Florestan Fernandes, partindo na seqüência, para São Luis com desfecho no interior do Maranhão.    
“Num primeiro momento foi mais de reunião, de análise de conjuntura entre os movimentos presentes”, relata o moçambicano Fabião Bernardo Manançia, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção Civil, Madeira e Minas de Moçambique –SINTICIM, que participou do encontro realizado entre os dias 22 de novembro a 2 de dezembro.      
Na capital Maranhense, visitaram o complexo do Porto de Itaqui, onde é escoado para outros países o minério de Carajás, com navios capacitados para carregar até 400 mil toneladas do produto, aproximadamente três vezes mais que as 160 mil carregadas pelas embarcações comuns.        
No entanto, com investimentos de 2,35 bilhões de dólares numa frota de 19 dos maiores cargueiros do mundo feito pela mineradora visando o mercado asiático, sobretudo a China, vem sofrendo um boicote da Associação de Proprietários de Navios da China – COSCO (China Ocean Shipping Company), estatal que é uma das maiores empresas de transporte marítimo do mundo.        
“A Vale está tentando controlar o mercado de frete, assim como fez com o preço do minério de ferro”, disse à revista Bloomberg o vice-presidente da COSCO, Zhang Shouguo, em entrevista concedia em agosto.      
Acostumada a burlar as regras ambientais, principalmente no Brasil, na China, outro entrave que pode afogar os grandes investimentos feito na frota naval pela empresa é o fato de no país asiático em nenhum porto seja possível receber navios com mais de 300 mil toneladas.      
Espanto      
De São Luis, os membros do encontro tripartite: Moçambique, Canadá, Brasil embarcaram no trem de passageiros que faz o trajeto da Estrada de Ferro de Carajás tendo como destino a cidade de Açailândia, no sul maranhense.    
Um dos municípios mais emblemáticos da cadeia de produção do aço, onde as comunidades são impactadas por diversas formas. “Açailândia condensa em uma só área vários tipos de situações que comprometem o bem estar da população: mineração, desflorestamento, monocultura de eucalipto, poluição provocada pelas siderúrgicas e carvoarias, trabalho escravo, miséria, desnutrição e exploração sexual infantil”, relata o padre Dário Bosi, um dos coordenadores da Rede Justiça nos Trilhos.      
Cenário que levou muitos visitantes ao espanto. “Realmente estou muito preocupado, assombrado, e com medo de que isso possa acontecer em Moçambique”, disse Manançia depois visitar o assentamento Califórnia, cercado por uma carvoaria e vasta plantação de eucalipto, e o bairro do Piquiá, onde cerca de 300 famílias sofrem com a poluição da água, do solo e ar provocados pelas cinco siderúrgicas instaladas no inicio da década de 1980.     
O espanto do moçambicano não é exagero. Uma equipe formada pelo Centro de Referências em Doenças Infecciosas e Parasitárias da Universidade Federal do Maranhão, e do Núcleo de Estudos em Medicina Tropical da Pré-Amazônia, realizou um estudo no bairro abrangendo 55% dos domicílios. Segundo o relatório das equipes, o estado geral dos entrevistados era de regular para bom em 86,6% e com sinais de precariedade em 13,4%, ou seja, indivíduos que manifestavam falta de ar, estavam acamados ou eram possuidores de alguma doença degenerativa (diabetes, hipertensão arterial, doença de Parkinson ou doença cardiovascular).        
Chama-se a atenção que 63,3% afirmou ter tido alguma doença anteriormente e 41,1% têm alguma destas doenças atualmente. Quanto a manifestações orgânicas “as queixas recaíram sobre os pulmões e a pele”, revela o estudo. Ainda foi constatado que as manifestações ligadas ao aparelho respiratório (tosse, falta de ar e chiado no peito) foram queixas encontradas em todas as faixas etárias, inclusive com boa intensidade em menores de 9 anos de idade, além da cefaléia, encontrada em 61,2% dos moradores, que segundo a equipe médica “é um sintoma não comum em crianças dessa idade”.   
As manifestações de alergia, acometendo as vias aéreas superiores e olhos (coriza e lacrimejamento) foram encontrados em 61,2% dos pacientes.          
A visita se estendeu até o município vizinho de Bom Jesus das Selvas, onde, segundo o último censo realizado, 2010, mais de 50% da população vive com menos de setenta reais por mês. Assim numa cidade com aproximadamente 23 mil habitantes chegaram de uma hora para outra mais 3 mil homens para trabalhar na duplicação dos trilhos. O resultado os membros do encontro puderam escutar das comunidades, “em Bom Jesus das Selvas, está havendo um surto de gravidez entre as adolescentes, e a exploração sexual de menores está à vista de todo mundo. Basta andar de noite pelas festas e poderão ver os funcionários da Odebrecht saindo com essas meninas”, revela um assistente social da cidade que prefere não revelar seu nome.   
Na opinião de Maria Aparecida Silva, que coordena um grupo de jovens na comunidade, isso realmente acontece, pois “aqui a vulnerabilidade social devido à pobreza é muito grande, essas crianças, adolescentes saem com esse homens, funcionários da Odebrecht, em troca de quase nada, apenas roupas novas, sandálias, ou alguns trocados” observa.       
Minas      
Minas Gerais, onde a mineradora completa 70 anos de exploração no próximo ano continua sendo o principal pólo mineral do Brasil, com cerca de 65% de extração de minério no país.         
Não diferente das cidades maranhenses, os municípios mineiros impactados pela mineração, também sofrem com as investidas da empresa. “Em Mariana, a Vale está em processo de abertura da mina ‘Delrey’, dentro da cidade, toda a população é contra, pois vão destruir a cidade”, denuncia Efraim Gomes de Moura, assessor político do Sindicato Metabase Itabira e do Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sindsepmi).     
Outro projeto da mineradora pode afetar o abastecimento da capital, Belo Horizonte, “a Vale pretende explorar a extração de minério na Serra da Gandarela, que é rica em fauna e flora e abastece hoje parte da água de BH”, diz Moura.        
Moura lembra que no centro da cidade de Itabira, que teve a primeira mina aberta pela Vale em 1942, as pessoas sofrem com a poeira, abastecimento de água e se tornou uma cidade mono industrial, pois a escassez da água impossibilita outra atividade que não seja a mineração.        
O sindicalista relata ainda que na cidade de Congonhas, na comunidade do Pires, devido à escassez de água “precisa ser abastecida todo dia com um caminhão enchendo as caixas das casas e entregando garrafas de água mineral, além da comunidade estar as margens da BR 040 que liga o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, onde o tráfego nesse perímetro tem muitas carretas carregadas de minério atropelando muito pessoas, são constantes as mortes de crianças, idosos, mulheres e homens”.       
Os três países     
Moçambicanos, canadenses e brasileiros reconhecem que os impactos nas comunidades são os mesmos, no entanto, os estágios da mineração ganham contornos diferentes nas três nações.        
“No Canadá a mineração é algo que já está consolidado”, diz a sindicalista Judith Marchall. Por isso as relações com a Vale no país são um pouco diferentes, “Não sei se a Vale faria com tanta facilidade assim, suas obras de expansão da mineração no Canadá, como faz hoje no Brasil, sem levar em conta as condicionais ambientais e sociais. Ela até faz suas obras, mas o governo canadense é mais rígido, sobretudo, com questões ambientais, ainda que haja bastante remoções de comunidades também”, explica o canadense Lorraine Michael.         
A Vale lançou um plano de investimento no inicio de 2011, que poderá ultrapassar dez milhões de dólares em cinco anos para elevar em cem mil toneladas anuais sua produção de cobre em solo canadense.       
No Brasil, o programa de Carajás se intensifica na região norte e nordeste com a duplicação da Estrada de ferro de Carajás, possibilitando nos próximos anos com a abertura da nova mina S11D, na fl oresta Nacional de Carajás no sul paraense, o escoamento de 220 milhões de toneladas de minério por ano. Estima-se um investimento de R$ 19,9 bilhões. Em Minas Gerais, no mais recente projeto da empresa para expandir a mineração no município de Congonhas, estaria desembolsando 12 milhões de dólares, o que poderia sumir com a Serra dos Mascates, tombada por ser patrimônio histórico. “Grande parte desses recursos são públicos, advindos do PAC e BNDES”, lembra Moura.         
Entretanto, Moçambique é hoje, entre os três países, o território mais cobiçado pela Vale. Recentemente a mineradora adquiriu 51% das ações da Sociedade de Desenvolvimento do Corredor do Norte S.A – SDCN. Uma extensão ferroviária de 912 quilômetros entre o interior de Moçambique e o porto de Nascala, no mesmo país.   
A aquisição é estratégica na visão do sindicalista moçambicano Manançia, “pois possibilita a empresa uma alternativa de transporte para enviar a produção do cobre para outros mercados pelo oceano, assim como também vai aproveitar para transportar outras cargas do eixo Zâmbia-Malauí-Moçambique”. O corredor logístico de Nascala receberá investimentos de 4,444 bilhões de dólares.         
Segundo o sindicalista, o distrito moçambicano de Tete será um dos mais impactados, “hoje a mineração lá é em pequena escala, mas o projeto que foi finalizado recentemente pela Vale, de carvão greenfi eld passa a escoar de 6 para onze milhões de toneladas, com perspectiva de duplicação de 22 milhões de toneladas”, relata Manançia.        
Embora a Vale propague seus investimentos monstruosos como forma de progresso em Moçambique, Manançia alerta, “já estamos sofrendo os problemas desse processo de expansão dos projetos da mineradora em nosso país, pois as pessoas estão sendo tiradas de suas terras boas para plantio e próxima às cidades para territórios distantes”, conclui.

Grana! Muita gente investe...

...na que pode ser eleita a pior empresa para o meio-ambiente! Inconsciência!


04/01/2012 - 21h59

Vale levanta US$ 1 bilhão em emissão de bônus no exterior

DE SÃO PAULO
Atualizado às 22h19.
Um dia após o governo alcançar a menor taxa de juros para a emissão de títulos públicos no exterior, a Vale informou nesta quarta-feira a captação de US$ 1 bilhão no mercado internacional.
Os bônus, emitidos por meio de sua subsidiária integral Vale Overseas Limited (Vale Overseas), têm vencimento em 2022 e serão garantidos pela própria Vale. Os papéis terão um rendimento de 4,525% aos investidores.
Segundo comunicado da Vale, os recursos resultantes da captação serão usados para propósitos corporativos em geral.
A operação foi coordenada pelos bancos Citibank, HSBC, J.P. Morgan, BB Securities (Banco do Brasil) e Bradesco BBI.
A agência de classificação de risco Standard & Poor's deu nota A- para a emissão. Já a classificação da Moody's foi nota Baa2 e a da Fitch Ratings ficou em BBB+.
Com a operação, a Vale inaugura as captações corporativas após a emissão de títulos públicos do governo no mercado internacional. Ontem, o Tesouro Nacional captou US$ 750 milhões nos mercados europeus e norte-americano alcançando a menor taxa (3,449%) da história.
A taxa obtida pelo governo serve de referência para a captação das empresas brasileiras no exterior. A expectativa agora é que mais companhias anunciem operações semelhantes.