terça-feira, 24 de novembro de 2009

A insaciável Bunge

Mais uma notícia sobre a aquisição da Moema:

Bunge pode se tornar a 3ª maior do Brasil em açúcar e álcool

Segundo fontes, empresa já teria fechado acordo para compra do Grupo Moema, em negócio de US$ 1,3 bilhão

Eduardo Magossi e Gustavo Porto

A multinacional Bunge, um dos maiores grupos de agronegócio do mundo, está perto de se tornar a terceira maior produtora brasileira de açúcar e álcool. Segundo fontes, a empresa teria assinado um acordo para a aquisição das participações do Grupo Moema em seis usinas, por um valor estimado entre US$ 100 a US$ 105 por tonelada de cana-de-açúcar processada. Como o Grupo Moema possui uma capacidade de moagem de cerca de 13,5 milhões de toneladas, a estimativa é de que o negócio possa atingir US$ 1,35 bilhão. O valor estaria bem acima dos US$ 65 por tonelada pagos pela Cosan pela NovAmerica.


O controle do Grupo Moema é dividido de forma homogênea entre os empresários Maurilio Biagi, Eduardo Junqueira e os herdeiros de Armando Junqueira. Os principais motivos para a venda seria a divergência entre os sócios, além da dívida, estimada entre R$ 1 bilhão e R$ 1,5 bilhão pelas fontes do mercado. Tanto a Bunge como o Grupo Moema negaram que um acordo de compra já tenha sido fechado.

Com sede em Orindiúva, no interior de São Paulo, o Grupo Moema é formado por seis usinas, das quais a empresa detém o controle de apenas duas: a Usina Moema, onde possui 100% do capital, e a Usina Frutal, com 56% do controle (os demais 44% estão nas mãos de minoritários). Nas demais quatro usinas, a empresa não possui o controle. Na Usina Vertente, possui 50% das ações e os outros 50% pertencem à Humus Participações. Na Itapagipe, a Moema possui 43,75%, a Cargill outros 43,75% e o restante está nas mãos de minoritários. Na Usina Guariroba, a Moema possui 40%, a CFM possui 30% e a Humus Participações outros 30%. Já a Usina Ouro Oeste tem 50% do controle com a Moema, e os 50% restantes estão com o Grupo Arakaki.

A aquisição fará com que a Bunge tenha uma moagem de 16 milhões de toneladas de cana já a partir da próxima safra. Apenas com o Grupo Moema, a Bunge leva uma moagem de cana-de-açúcar estimada em 13,5 milhões de toneladas, uma produção de 16,5 milhões de sacas de açúcar e de 637 milhões de litros de etanol por safra. A multinacional já possui 80% da Usina Santa Juliana, no Triângulo Mineiro, que possui moagem estimada em 2,5 milhões de toneladas de cana. A Bunge também tem 2 projetos em construção: a usina Pedro Afonso, no Tocantins, sua segunda planta, que deve começar suas operações, em 2010, com moagem de 1,4 milhão de toneladas, e a Usina Monte Verde, em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, também com capacidade inicial de moagem de 1,4 milhão de toneladas, em 2012.

Se confirmada, a compra do Grupo Moema pela Bunge coloca a empresa no topo dos maiores produtores do Brasil. Fica atrás apenas Cosan (60 milhões de toneladas de moagem de cana) e LDC-SEV (40 milhões) e um pouco à frente de São Martinho e Guarani (com cerca de 13 milhões de toneladas cada). A cooperativa Coopersucar possui capacidade de moagem de 67 milhões de toneladas de cana, levando-se em conta todos os seus sócios.

A intenção da Bunge era comprar todas as usinas do Grupo Moema integralmente. Fontes do mercado informam que isto, contudo, ainda não aconteceu. "O negócio com o Grupo Moema foi fechado e agora o próximo passo será a negociação com os demais acionistas, porque a Bunge quer o controle de todas as seis usinas", disse fonte próxima à negociação. Na configuração atual, a Bunge terá apenas maioria da Usina Moema e na Frutal.

Bunge compraria Moema?

No Diário Catarinense de hoje (24/11/2009):


INFORME ECONÔMICO | ESTELA BENETTI


US$ 1,35 bilhão

Este é o valor pelo qual o mercado estima que o grupo Bunge estaria comprando o grupo Moema, do setor de açúcar. Isto porque a capacidade de moagem das seis usinas do Moema é de 13,5 milhões de toneladas. O grupo, que tem matriz nos EUA e sede da unidade de alimentos em Gaspar, SC, está avançando rápido no setor de açúcar.


quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Bunge negocia com Petrobras na Argentina.

Da FolhaOnLine (http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u654473.shtml):

Petrobras vende divisão de fertilizantes na Argentina para a Bunge

da Efe, em Buenos Aires

A Petrobras Energia, subsidiária na Argentina da Petrobras, informou nesta quarta-feira que aprovou a venda de seu negócio de fertilizantes à americana Bunge.

"A Petrobras Energia transfere ao comprador ativos físicos, marca, rede comercial e pessoal vinculado ao negócio em questão", disse em comunicado a companhia, que explicou que a venda vai gerar um lucro antes de impostos de 70 milhões de pesos (US$ 18,3 milhões).

A decisão da Petrobras Energia de vender os ativos "responde à estratégia da companhia de avaliar recorrentemente a composição de sua pasta de negócios e ativos a fim de identificar oportunidades que permitam maximizar o valor da companhia", acrescenta a nota.

A divisão de fertilizantes da Petrobras Energia possui uma unidade de produção na província de Buenos Aires que opera desde 1968 e tem capacidade de produção de fertilizantes líquidos de 474 mil toneladas anuais.

Além disso, a divisão possui depósitos em cerca de dez outras cidades argentinas e uma rede de distribuidores em todo o país.



terça-feira, 17 de novembro de 2009

Após 27 anos na Sadia executivo vai para a Bunge

Tomazoni, ex-Sadia, vira vice-presidente na Bunge


Valor Online


SÃO PAULO - Gilberto Tomazoni, diretor-presidente da Sadia até setembro deste ano, foi contratado como vice-presidente da divisão de Foods Ingredients para a América do Sul da Bunge Alimentos. O executivo, que ficou por 27 anos na Sadia e saiu após a crise dos derivativos, começou a trabalhar na semana passada na multinacional e vai cuidar dos negócios da Bunge na América do Sul, que envolvem produtos como óleo de soja, azeite e margarina.

Esse segmento, como disse Tomazoni ao Valor, já está bastante desenvolvido no Brasil, e sua tarefa será ampliar os mercados da América do Sul. " O maior desafio será ampliar a atuação da Bunge no mercado de consumo e processamento de ingredientes na América do Sul e fortalecer a posição da empresa no mercado brasileiro " .

Gilberto Tomazoni foi diretor-presidente da Sadia nos últimos quatro anos e deixou a empresa um ano depois da crise dos derivativos cambiais, que fizeram a empresa perder R$ 2,6 bilhões. O episódio levou a Sadia a uma crise sem precedentes e precipitou sua incorporação pela concorrente Perdigão, negócio que criou a Brasil Foods.

Quando o problema dos derivativos cambiais estourou, em setembro do ano passado, analistas do setor já avaliavam que Tomazoni deixaria a Sadia, pois, apesar de não ser o responsável pelas operações financeiras, saiu chamuscado do episódio.

Um ano mais tarde, em entrevista ao Valor Online, no dia de sua saída, Tomazoni, de 51 anos, disse que a decisão de deixar a Sadia começou a ser tomada após o anúncio da união com a Perdigão, em maio passado.

Júlio Cardoso, ex-presidente da Seara, substituiu Tomazoni na Sadia e deve seguir no posto até que a empresa exista juridicamente. Perdigão e Sadia continuam operando separadamente enquanto aguardam parecer do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a união. Tiveram autorização do Cade apenas para coordenar suas atividades de venda no mercado externo.

" Estou me sentindo superbem aqui na Bunge " , disse o executivo, na sexta-feira à tarde, por telefone, da sede da empresa, em Gaspar (SC). " Acredito que meu conhecimento após 27 anos de Sadia possa contribuir para a companhia " , afirmou, referindo-se à Bunge.

Com faturamento de R$ 23,3 bilhões em 2008, a Bunge Alimentos é líder nas exportações de grãos e na moagem de trigo no país.

(Alda do Amaral Rocha | Valor)

Publicada em 16/11/2009 às 10h47m no Globo OnLine (http://oglobo.globo.com/economia/mat/2009/11/16/tomazoni-ex-sadia-vira-vice-presidente-na-bunge-914783005.asp)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Onde há fosfato há Urânio?

Então pode haver Urânio na jazida de fosfato de Anitápolis:

Greenpeace denuncia suposto vazamento de urânio em usina na Bahia


da Agência Folha, em Salvador

A organização ambientalista Greenpeace denunciou nesta terça-feira (10) um suposto vazamento de concentrado de urânio numa usina de processamento do minério em Caetité (BA). A usina é administrada pela INB (Indústrias Nucleares do Brasil), estatal vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Suspeita de vazamento de substância radioativa interdita UFPR

A denúncia sobre o vazamento, que teria ocorrido no último dia 28, foi baseada em relatos de moradores do município, que alertaram sobre o risco de 30 mil litros do produto atingirem lençóis freáticos da região.

"Vazamentos desse tipo expõem a fragilidade da segurança nuclear. E depois de duas semanas não sabemos ainda a extensão da contaminação do solo, da água e quais os riscos para os moradores da redondeza", disse André Amaral, coordenador da campanha contra energia nuclear do Greenpeace.

A estatal e a ONG divergiram acerca da quantidade e do produto que vazou no último dia 28. Segundo a assessoria de imprensa da INB, houve o vazamento de apenas 500 litros de querosene, usado no processo de retirada do urânio da rocha.

Segundo a INB, o material, que já foi removido, vazou em razão de uma chuva intensa que causou picos irregulares de energia elétrica e, consequentemente, problemas técnicos em máquinas da usina.

"O incidente não provocou danos nem aos trabalhadores nem ao meio ambiente", afirmou a assessoria. Ainda assim, uma equipe técnica da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), órgão que fiscaliza o setor, foi ao local para avaliar as causas do incidente e os possíveis danos ambientais.

Administrada pela INB desde 2000, a mina em Caetité é responsável pelo abastecimento das usinas Angra 1 e 2. Com Angra 3, a produção será triplicada até a inauguração da usina, prevista para 2014. O governo estuda ainda a instalação de mais quatro usinas nucleares, sendo duas no Nordeste.

Nesses nove anos, já ocorreram seis vazamentos --de substâncias diferentes-- na usina em Caetité. Em 2004, três municípios vizinhos registraram mortandade de peixes por causa de um vazamento de concentrado de urânio, tório e rádio.

Em outubro do ano passado, a ONG afirmou que a água do município estava contaminada por urânio, segundo análises de um laboratório no Reino Unido. Logo depois, a INB apresentou estudos oficiais que negavam a informação.

(de http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u651203.shtml)

Fosfertil e seus interesses...

Os interesses ditam as ações:

Fosfertil retira processo de antidumping


R1
Valor Online

" Houve uma decisão estratégica da indústria de retirar o processo " , afirmou Josefina Guedes, economista da Guedes e Pinheiro Consultoria Internacional, que representa a Fosfertil no processo. " Vamos esperar o momento para reavaliar o processo. Vamos atualizar as informações e as margens podem ser maiores no futuro " .

Em novembro de 2008, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprovou a imposição de tarifas entre 2,4% e 36,3% sobre a matéria-prima usada em fertilizantes. Mas a decisão foi imediatamente suspensa em nome do " interesse nacional " , já que os preços dos fertilizantes haviam dobrado de preço em alguns casos. A medida seria revista em um ano. No fim de setembro, a Fosfertil havia pedido a revisão do processo. Agora, mudou de posição. " Temos direito de avisar ao governo quando não se tem interesse. Isso é usual " , afirmou a representante da Fosfertil.

" O mercado mudou pela crise. É delicado para todo mundo. Há excesso de oferta e preços despencando. As margens podem favorecer a indústria e, no futuro, pode ser muito maior " .

(Mauro Zanatta | Valor)